segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Salas de cinema do país batem recorde em 2011

Mesmo sem um blockbuster do cacife de "Tropa de Elite 2" e com um top 10 dominado por produções internacionais, 2011 foi um ano recordista para as salas de cinema do Brasil.

Juntos, os 333 filmes lançados venderam cerca de 141,7 milhões de ingressos. O montante representa um aumento de 5% em relação a 2010, que teve 26 títulos a menos no circuito e 134 milhões de tíquetes comercializados.

O faturamento total também deu um pulo: R$ 1,4 bilhão, acréscimo de R$ 155 milhões frente ao ano anterior.

Os dados são do Filme B, portal que monitora o mercado cinematográfico do país.
Esse desempenho é inédito há pelo menos três décadas, avalia Paulo Sérgio Almeida, diretor do Filme B.

Em 2010, "Tropa de Elite 2" fez 11 milhões de espectadores. Quase 60% a mais do que o público vitorioso deste ano: 6,9 milhões para "Amanhecer", da saga "Crepúsculo".

Com direção do brasileiro Carlos Saldanha, mas totalmente produzida nos Estados Unidos, a animação "Rio" teve plateia menor (6,3 milhões). Encabeçou, contudo, o ranking geral ao alcançar a bilheteria mais polpuda do ano, de R$ 68,7 milhões --graças ao ingresso mais caro do 3D.

Nenhum filme nacional entrou no top 10 --ao contrário do observado em 2010, quando "Tropa 2" liderou com folga, à frente até de "Avatar".

Naquele ano, mais dois nacionais chegaram aos dez mais: "Nosso Lar" e "Chico Xavier".

A queda no índice doméstico era aguardada. Mas sem trauma. Juntas, as 98 estreias brasileiras lograram R$ 164 milhões, a segunda melhor renda dos últimos 20 anos. O público só perde para os de 2010 e 2003 (ano de "Carandiru", "Lisbela e o Prisioneiro" e "Os Normais").

Em 2011, sete filmes nacionais superaram um milhão de espectadores --campeão, "Cilada.com" fez o triplo disso.

CLASSE C VAI AO CINE

Até pouco tempo, o setor vivia em clima de velório, assombrado por pirataria e novas tecnologias, como Blu-ray.

A expansão das salas contribuiu para a boa performance de 2011. Enquanto quase 200 salas abriram, só 15 fecharam. A oferta atende à classe C, sempre ela, que "serve de impulso e plataforma de sustentação", diz Marcelo Bertini, presidente da Cinemark.

Para Almeida, do Filme B, a atividade se tornou "altamente competitiva" e "mais lucrativa".

Nenhum comentário: